Pessoas que não têm o que fazer:

quinta-feira, março 3

Aqui



Cairia a noite e naquele instante só sentira um gosto amargo que anestesiaria a dor. Não apresentava qualquer esboço de felicidade, ódio, medo, fé, ânimo, que seja. Sua imagem era apenas a forma de um corpo passageiramente cansado, tímido, abatido. Não falava a três dias e fazia desse meio tempo a forma clara do monótono dentre o palpitar de vontades. Vomitava o arrependimento de ter molhado os pés naquela tarde onde os olhos Dele se foram, sem que sequer lhe fossem deles, extraído o antídoto da saudade. E agora só me restam um vazio, uma lei que me obriga o repouso e os ruídos da madrugada.
Jamais transpareci o suficiente, mas estas madrugadas solitárias me agonizam com essa fervente ausência que tu me ofereces. É como querer algo que eu jamais teria. É como chegar a beira de um abismo e ter de seguir em frente. Desejos súbitos onde eu tenho que realizar um árduo caminho até realizá-los.

Sinto sua falta



A saudade é um pêndulo que oscila dentre sua presença passageira e as vontades repentinas de tanto te querer. É voar alto em dias que nada poderia nos separar senão a coerente física que dizia que dois corpos jamais se juntam ao certo: existirá sempre aquele espaço maldito menor que um nanocentimetro. Quer dizer que eu vou morrer sem nunca ter te tocado?
Mas eu sinto seu corpo perto ao meu, sufocando, provocando e desafiando a física.
Me sobraram as lembranças e uma camiseta que permanece com seu perfume. Hoje não dormirei sozinha. E só se passaram 29hs desde sua ida, restam muitas outras até o momento da chegada.
Saudade multiplicada esta que tanto trás angústia de querer te proteger, mesmo que em vão.
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Nem ao menos me recordo a maneira de juntar as palavras e formar uma mensagem que chegue a seu coração em forma de sentimento. É desacreditar acreditando que você sabe o que eu ainda não te mostrei.