Pessoas que não têm o que fazer:

terça-feira, setembro 21

Outra. Outrora.

- Feche os olhos – foi o que ela disse: Feche bem os olhos.
Somos eu e ela, personalidades distintas, um só corpo,  forças opostas competindo por uma posição ao trono. As forças benignas estão vencendo, mas esse laço ainda vai arrebentar.
-Vida pessoal ou profissional?
(Nessa pergunta ela quis dizer que o amor está desgraçando minha vida. Nunca concordei com essa senhorita, e não vai ser uma pergunta boba que vai me deixar pensativa).
-O amor nos prega peças, é traiçoeiro, mente e nos confunde. O conhecimento nos enlouquece, nos irrita, as vezes até fascina, o trabalho, enfraquece, dá dores-de-cabeça e deixa diariamente um gostinho de insatisfação misturado com café. Parece até que você não me conhece. Que não é o eu, o meu eu dentro de minha cabeça. Eu sei equilibrar as coisas, boba. Sei juntar bem com o mal, sei até conviver com você, evito colapsos. Você que imagina muito, sente muito... Agora  deixe-me sozinha que eu preciso fazer umas coisas.
-Pela sua expressão diria que sua cabeça dói.
-Não sinto mais nada. “Minha força está na solidão”, como dizia Clarice. Me alimento de sonhos e desejos incontroláveis, trato feridas evitando que lágrimas caiam sobre elas. Hoje ao entardecer sentirei o perfume dessas flores. Sentirei algo: a saudade provavelmente... A dor me parece irreal, por hoje.  O tempo tem me passado desse jeito, oscilando entre querer e poder. Ontem eu pude, amanhã eu vou querer, hoje...só penso, estou neutra. 

Um comentário:

gih. honts' disse...

lollity still is a delightful mistery.